reportagem especial

A família militar escolheu Santa Maria

Marcelo Martins e Natália Müller Poll

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Foto: Anselmo Cunha (Especial)

"Não vamos embora, pois já nos sentimos em casa"
O baiano Ronivaldo Silva Cerqueira, 48 anos, nasceu em Salvador e já morou em diversos lugares como Olinda (PE), Três Corações (MG), Marabá (PA) e até fora do país, na Espanha. Mas nenhuma dessas experiências foi tão acolhedora como a mudança para Santa Maria, em 2014. Ronivaldo, que é formado em Tecnologia da Informação (TI), já foi instrutor na Escola de Sargentos em Minas Gerais e, atualmente, é subtenente na seção de Comunicação Social do Comando da 3ª Divisão de Exército.

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Ele, assim como a esposa Iris Cerqueira, 37 anos, e a filha Beatriz Cerqueira, 12 - ambas mineiras - já se consideram gaúchos.
Com o chimarrão na mão, ele contou sobre os locais que já viveu e falou sobre a importância do acolhimento da família, sempre que o militar é transferido:

- Viemos para a cidade com a intenção de ficar apenas três anos. Mas quando chegamos aqui, fomos bem acolhidos. Minha esposa, que trabalha em assessoria de seguros, logo se envolveu em um grupo de corrida. Minha filha começou a estudar na Escola Medianeira e acabou se envolvendo com as tradições gaúchas. Fomos muito bem recebidos.

Assim como todo pai, uma das preocupações principais de Ronivaldo é com a educação da filha, que sonha em ser designer de moda. A gama de opções na área da educação é um diferencial que qualifica, ainda mais, a cidade.

- As possibilidades na área da educação são diversas com tantas escolas boas. Da mesma forma, o nível de excelência das universidades é alto. No geral, as condições de vida aqui são ótimas, por isso, na última vez que nos mudamos (de Marabá), Santa Maria foi a nossa primeira opção, e essas vantagens todas acabaram inibindo a vontade de sair da região - lembra o subtenente.

Como bom militar, ele ressalta o polo de defesa do município como destaque no país e elogia a parte econômica da cidade:

- Se abrirmos o Livro Branco de Defesa Nacional e a Estratégia Nacional de Defesa, Santa Maria está lá. É uma cidade pujante, com potencial econômico e estrutura muito boa para a família. O custo de vida é bem mais baixo do que em uma capital, mas com o benefício da segurança de uma cidade de interior. Não queremos sair daqui, pois estamos bem estabelecidos e seguros.

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

"Sempre que saímos, já pensamos em voltar"
Segurança, custo de vida e estrutura de ensino. Esses são os três pilares que a família Maia-Ineu considerou fator decisivo para permanecer em Santa Maria, mesmo depois de algumas idas e vindas. O sepeense Magnus Silveira Ineu, 45, começou a história com a cidade em 1994, quando incorporou as fileiras do Exército Brasileiro. Desde então, o Coração do Rio Grande vem sendo o lar ou o destino principal para ele e para a esposa Luciana Maia Ineu, 43, e os filhos Aniele, 19, e Lucas, 12.

Magnus é, atualmente, subtenente de engenharia no Centro de Adestramento-Sul em Santa Maria. Assim como Ronivaldo, já passou por outros locais como a cidade de Três Corações (MG), quando fez a Escola de Sargentos. Também serviu em São Gabriel (RS), Santarém (PA), e também, na Bolívia. Mas foi em Santa Maria que fez a família criar raízes. Até mesmo quando foi enviado para trabalhar em Cruz Alta (RS), a esposa e os filhos seguiram vivendo em Santa Maria.

- Decidimos que o nosso lar seria em Santa Maria, e eu viria todo final de semana para cá. A escolha se deu, principalmente, em função da estrutura de ensino que a cidade oferece. A Aniele estudou no Colégio Militar e, hoje, o Lucas também estuda lá - contou o pai, orgulhoso.

Luciana lembra que, além do Colégio Militar, a cidade tem diversas opções de ensino:

- Hoje, a Aniele se prepara para a faculdade, e aqui tem muitas opções de cursinho preparatório. O sonho dela é fazer Medicina ou Fisioterapia na UFSM, então, estamos no lugar certo - diz a mãe.

Os indicadores da segurança pública são critérios relevantes para a família:

- Santa Maria é uma cidade de interior que tem tudo que uma capital oferece, mas com a segurança que uma capital não ofereceria. Isso é algo que nos importa muito. Os filhos podem sair na rua tranquilos. Tem também a Vila Militar, que é um local seguro para a família toda. 

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

Primeiro diretor do Colégio Militar destaca a estrutura de ensino e saúde da cidade
Nascido em São Leopoldo, o coronel reformado do Exército Frederico Guido Bieri, 85 anos, se considera um santa-mariense legítimo. Em 1979, já formado na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), ele chegou na cidade para prestar serviço na 6ª Brigada de Infantaria Blindada.

Mas sua história com Santa Maria começou na infância, quando foi o fiel companheiro das andanças do pai, o caixeiro viajante Frederico Guilherme Bieri, nos tempos ativos da ferrovia.

- Meu pai passava muito por Santa Maria. Os olhos dele chegavam a brilhar toda vez que a cidade estava planejada na rota dele. Aqui, ele encontrava os amigos como Alcides Brum, que vivia fazendo encomendas ao meu pai. Lembro de tomar Cyrillinha com ele. As lembranças são felizes - recorda o coronel.

Nos anos 1950, Guido até passou pela cidade em um torneio de basquete pelo time do Aimoré, de São Leopoldo. Mas foi no final da década que ele teve a oportunidade de mudar de endereço para o Coração do Rio Grande e construir família e carreira aqui.

- Em 1986, eu passei a comandar o 29º Batalhão de Infantaria Blindado. Em 1994, fui reconvocado como o primeiro diretor do Colégio Militar de Santa Maria, que veio para reforçar uma das qualidades da cidade, que é a estrutura de ensino - conta.

Outros pontos valorizados pelo coronel são a segurança e a saúde, que foram decisivos para criar os filhos Andrea, 55 anos, e Ricardo, 53, com a parceria da esposa Sarah Bieri, 79:

- A segurança foi um dos fatores decisivos para ficarmos em Santa Maria. Minha filha mora no Rio de Janeiro e sempre que vou visitá-la, penso o quanto moramos em um local seguro. A estrutura hospitalar também foi essencial. Aqui no Hospital Geral do Exército, sou muito bem atendido. Santa Maria cresceu muito desde que cheguei e tem uma estrutura boa para famílias se estabelecerem.

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